Olimpíadas: o que Bia Souza ensina sobre primeiro ouro do Brasil em Paris

 


Demorou, mas finalmente conseguimos. Foi no segundo dia de agosto de 2024 que o primeiro ouro do Brasil em Paris chegou. A judoca Bia Souza emocionou a todos após derrotar os nomes favoritos na categoria acima de 78 kg e dedicar a vitória à avó, que falecera há alguns meses. A atleta brilhou no tatame. Fez os franceses torcerem o nariz na competição feminina e garantiu a festa verde-amarela para todos nós. Foi difícil não se emocionar com essa vitória.

Quem é a judoca Bia Souza

Bia Souza, 26 anos, já acumula uma série de resultados e títulos importantes. Natural de Itariri, interior de São Paulo, chegou em Paris com medalhas de bronze no Mundial, ouro no Pan em Santiago e ouro no Grand Slam em Baku, além do título de melhor judoca pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Ela entrou no judô aos sete anos por influência do pai, atleta aposentado do mesmo esporte. A partir daí, sua evolução no esporte foi acontecendo naturalmente, como contou à revista Glamour.

Segundo Bia, o esporte foi importante para o desenvolvimento de sua autoconfiança, pois se sentia bastante desconfortável com o próprio corpo desde a infância. Ela começou a conviver com garotas e mulheres com corpos parecidos e isso foi fundamental para que aprendesse a gostar de si e a se empoderar. Foi dessa forma que conseguiu ignorar a opinião alheia e direcionar sua energia para o que realmente importava.

5 ações que garantiram o primeiro ouro do Brasil em Paris, segundo Bia Souza

A vida de um atleta profissional não é das mais fáceis. Exige treinos pesados, um preparo psicológico, uma boa estratégia e muita renúncia. O foco dessas pessoas está na busca pela alta performance. Não no sentido banal que a expressão ganhou nos últimos anos, mas na real busca pela constante superação. O objetivo é explorar as próprias habilidades ao extremo para tornar-se o melhor do mundo no que se faz.

Logo após ser anunciada como primeiro ouro do Brasil em Paris, Bia Souza deu uma entrevista para a Sportv em que explicava o que a levou à liderança no pódio. Embora o trecho com essas informações não tenha sido muito divulgado, ele contém algumas ações que podem nos ensinar bastante sobre como alcançar nossos próprios objetivos.

1- Treinos nos ajudam a aperfeiçoar o que aprendemos

“Só fiz o que a gente vinha treinando todos os dias”. Essa foi a primeira frase da atleta quando comentou sobre sua jornada. Com isso, ela quis dizer que estava preparada e sabia executar com facilidade todos os movimentos no tatame. Ela treinou bastante cada um deles e, assim, conseguiu executá-los com a facilidade e a rapidez necessária.

Essa premissa vale para qualquer objetivo que você esteja em busca. Se almeja estar entre os melhores ou conquistar algo, é preciso treinar muito. O jornalista e escritor Malcolm Gladwell introduz no livro “Outliers: Descubra por que algumas pessoas têm sucesso e outras não” (original, Outliers: The Story of Success) a teoria das 10 mil horas. Segundo o autor, uma pessoa precisa praticar por 10 mil horas pelo menos para ser uma verdadeira especialista em qualquer habilidade.

Isso significa que, se você dedicar quatro horas por dia para praticar algo, precisará em torno de sete anos para se tornar especialista. Isso sem contar o aprendizado teórico. Naturalmente, esta é uma visão simplista da teoria, mas possibilita entender o quanto os treinos são essenciais para seu sucesso.

2- Você precisa abdicar de muitas coisas durante a jornada

Quando se define um grande objetivo, a jornada até ele exige que abdiquemos de muitas coisas. Festas, gastos extras, estilos de vida, boas noites de sono, certas amizades e assim por diante. É comum, por exemplo, que atletas “percam” a juventude porque estão focados em melhorar seus resultados e estarem entre os melhores. Nada na vida é conquistado sem esforço e as escolhas são feitas de acordo com nossas prioridades.

Não é fácil abdicar, mas conquistar o que queremos é mais importante do que estamos deixando de lado. Daí a importância de manter o foco no que você busca. “A gente abdica de tanta coisa para chegar até aqui e, quando conquista a medalha, faz tudo isso valer a pena”, explica Bia.

3- Ter uma estratégia

Outro ponto destacado pela atleta na entrevista é que o primeiro ouro do Brasil em Paris é resultado de uma estratégia. Este termo, bastante utilizado no mundo moderno, tem origem nos jargões militares. Ele representa a arte de coordenar operações e movimentos na condução de um conflito ou na preparação da defesa de um país para ter condições vantajosas frente ao inimigo.

Saindo do contexto militar, estratégia se refere a um conjunto de ações de curto, médio e longo prazo para se alcançar um objetivo. É, portanto, o caminho definido pelo indivíduo para conquistar o que deseja, incluindo todas as ações necessárias, divididas por etapas.

Bia Souza e seus treinadores estudaram os concorrentes, definiram os melhores movimentos para cada tipo de disputa, listaram os aspectos que ela precisava aperfeiçoar e organizaram a alimentação da atleta, por exemplo. Todas essas informações foram usadas para definir a estratégia que a levou ao sucesso.

4- Seguir a estratégia definida

Tão importante quanto definir a estratégia é seguir o que foi planejado. A parte da execução costuma ser uma das principais dificuldades das pessoas, por exigir muito foco, disciplina e constância, além de uma boa dose de controle emocional. O caminho até um grande objetivo não acontece de forma linear, como tendemos a pensar, mas com altos e baixos, o que muitas vezes passa a impressão de que não avançamos nesse tempo.

Essa sensação é perigosa e pode tirar a pessoa da estratégia definida, colocando tudo a perder. Bia ressaltou na entrevista que seguiu o planejamento à risca, de modo que apenas executou o que já havia sido definido. Ela se manteve focada a todo momento, inclusive durante os sustos que eventualmente passou com as concorrentes.

5 – Não ficar ouvindo os outros

Nem sempre as pessoas têm as melhores palavras para o momento em que estamos ou são verdadeiras incentivadoras dos nossos sonhos. Mesmo os mais queridos podem, sem más intenções, barrar nossos objetivos porque têm sonhos e prioridades diferentes de nós. Importante destacar que esses comentários nem sempre estão diretamente relacionados ao objetivo em si, mas à nossa identidade. Desse modo, ferem nosso valor, autoestima e confiança, como acontecia em relação ao corpo da atleta.

Outro problema é quando os outros opinam demais sobre o que e como devemos fazer. A maioria deles sequer tem conhecimento para dar esses conselhos, que apenas nos confundem e, consequentemente, atrapalham nossa jornada. Selecione quem você escuta. Apenas as pessoas certas farão a diferença no seu sucesso, como aconteceu com a Bia ao receber dicas do técnico Leandro Guilheiro antes da competição sobre o golpe que a levou ao primeiro ouro do Brasil em Paris.

Você pode não ser atleta olímpico, mas certamente a história da judoca Bia Souza pode inspirá-lo na sua própria trajetória.

O que mais você considera essencial para alcançar o sucesso? Compartilhe nos comentários!

 

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